Por Charlene Silva
Olá, sou Charlene Silva, hoje trago um assunto que foi tema de uma ampla reportagem na noite desse domingo (2), a Pobreza Menstrual, um problema social, global que afeta milhares de pessoas que menstruam.
No Brasil um a cada dez menstruantes não tem acesso a absorvente. Comparando que 13,5 milhões de pessoas vivem na extrema pobreza com até R$5.00 por dia, e o custo mensal com absorvente é de R$12,00, é visível a dificuldade.
O impacto é ainda pior para as pessoas em situação de rua, detentas e refugiadas. Na falta do absorvente é preciso improvisar e acabam usando papel higiênico, sacos plásticos, papelão, trapos e até miolo de pão, caso em que uma médica relata que cuidou de complicações causada pelo uso do mesmo. Esses improvisos trazem doenças e até deixando a mulher estéril.
“Uma em cada quatro jovens já faltaram as aulas por não poder comprar absorvente e não falam que foi por isso. Elas tem vergonha tentam esconder. A falta de absorvente provoca uma sensação de insegurança. É algo que elas sofrem sozinhas como se fosse um fracasso, uma vergonha , é isso que mais me chocou” , conta a antropóloga Miriam Geldenberg, pesquisadora da UFRJ.
A pobreza Menstrual vai muito além da falta de dinheiro para comprar absorvente, a falta de acesso a água e saneamento básico, também contribuem para essa pobreza , já que as mulheres nesse período precisam de uma melhor higiene, cito também a falta de medicamentos para cólicas e mal estar que deixam as mulheres ainda pior. Muitas vivem em casas sem banheiros, frequentam escolas com banheiros sem condições de uso, falta água, papel higiênico, sabonetes e até pias não tem.
A ONU (Organizações das Nações Unidas) em 2014, reconheceu que o direito a higiene menstrual é uma questão de saúde pública e direitos humanos.
Com isso tudo se prova a falta de políticas públicas voltadas para as mulheres. Precisamos que nossos representantes reconheçam essas necessidades como um direito e criem projetos de orientações e distribuições de itens para higiene menstrual. Como por exemplo, distribuir absorvente em postos de saúde, escolas públicas, criando ações educadoras com esse tema que ainda é um tabu.
Ressalto aqui a importância das mulheres na política, mulheres que realmente atuem de forma operante nas questões de políticas públicas voltadas para mulheres. Assim resgatando dignidade para muitas que vivem nessa situação.