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Após morte de parente por covid-19, professora desabafa sobre perda e pede mais consciência da população

Com a maioria das vagas de UTIs lotadas em Feira de Santana, pacientes com coronavírus em estado de saúde mais grave, que necessitam de uma vaga, estão sofrendo e em alguns casos, podem chegar a morrer. Foi o caso do webdesigner Arivaldo Santiago Amaro, 55 anos, que morreu na última segunda-feira (22) esperando por uma vaga de UTI, que chegou tarde demais.

A professora L.S. esposa do sobrinho de Arivaldo, contou ao Acorda Cidade que ele passou por atendimentos em unidades de saúde, porém como o estado de saúde não melhorou, precisou de uma vaga de UTI e acabou morrendo.

“Perdemos uma batalha para a covid-19, perdemos um ente querido por causa dessa doença. Ele estava sentindo há alguns dias febre, dores de cabeça, moleza no corpo, os sintomas não melhoraram com o passar dos dias e ele resolveu procurar o posto de saúde do bairro, onde foi atendido, teve medicação prescrita e retornou pra casa. Mesmo com as medicações, os sintomas não melhoravam, então os familiares procuraram a policlínica do Tomba e conseguiram atendimento. Lá ele fez exames e retornou pra casa orientado que em caso de piora, procurasse a emergência. Infelizmente os sintomas persistiram e ele foi levado para a UPA da Queimadinha pra fazer mais exames. Infelizmente necessitou ser entubado. Não houve melhora e quando a vaga de UTI foi encontrada já era tarde demais”, relatou.

A professora informou que o paciente era hipertenso e diabético. Ela fez um apelo e pediu que a população se conscientize e evite sair casa.

“Não é momento de estarmos na rua, fazendo festa, é momento de nos colocarmos no lugar do outro. As pessoas devem se conscientizar, pois a covid não é mentira, ela existente e está matando as pessoas. Não temos mais vagas nos hospitais, os leitos de UTI estão lotados e pode ser tarde quando aparece uma vaga para alguém que realmente esteja precisando. É triste não poder nos despedir dos nossos entes queridos”, lamentou.

Ocupação de leitos

A coordenadora médica da UTI do Clériston Andrade, Renata Nunes, informou ao Acorda Cidade que atualmente 80% da unidade está ocupada, mas ressalta que a média de ocupação é de 100%. Segundo ela, a medida que um leito fica disponível, ele é rapidamente ocupado.

“A cidade tem muitos casos graves. Atualmente temos seis pacientes em ventilação mecânica, dois em ventilação espontânea, e a maioria é de Feira com idade entre 37 e 84 anos. A média de internação dos pacientes na unidade é de duas semanas, o que é considerado alta, de maneira geral, se comparado com outras UTIs”, informou.

O Acorda Cidade entrou em contato com Francisco Mota, diretor médico do Hospital de Campanha, e ele informou que havia uma vaga na UTI, sendo que o quarto ainda precisava passar pelo protocolo de limpeza e sete pessoas estavam na fila de espera.

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